quinta-feira, 9 de junho de 2011

" O que foi o Gemellaggio"

Foi no fim dos anos 80 do século passado que se formaram as bases para o Gemellaggio entre Longarone e Urussanga.
Os contatos entre os dois países, interrompidos por muitos anos, foram retomados graças à determinação de algumas pessoas que se tornaram protagonistas e animadoras do acordo, e que contribuíram para a aproximação das duas comunidades. Entre eles recordamos, em especial, de Hedi Damian, que foi um dos fundadores da “Famiglia Bellunese” de Urussanga e que muito contribuiu para a realização do Gemellaggio e, em Longarone, de Marcello Mazzucco, promotor e fundador da associação local “Amici di Urussanga”.
Tais visitas e encontros fizeram com que Longarone conhecesse uma realidade até então ignorada e que se tornou, de repente, única e muito conhecida. Impressionamo-nos rapidamente com a peculiaridade do grupo que soube manter por mais de um século os costumes, a língua, os valores das próprias raízes, orgulhoso de suas origens e de sua história, a admiração e a devoção pelos antepassados – a grande maioria nativos de Longarone – que por meio de incríveis vicissitudes, grandes dificuldades e sacrifícios havia fundado, em 1878, e também feito progredir no sul do Brasil, esta cidade. Era necessário, sobretudo, que esta ligação às origens, que também se comemorava em manifestações grandes e populares, se manifestasse como afeto sincero e comovente para a Itália e os lugares de proveniência.
Eis então que o Gemellaggio surgiu como resultado natural desta aproximação e deste ‘igualamento’.
A ideia do Gemellaggio nasceu em Urussanga. Foi feito nesta cidade – era, então, prefeito Vanderlei Olivio Rosso – o qual o propôs à Prefeitura de Longarone (que possuía como prefeito Gioachino Bratti), em julho de 1989. Nossa Prefeitura acolheu a ideia com uma deliberação do Conselho Municipal, em dezembro do mesmo ano, para aprovar, depois, a instituição do verdadeiro e autêntico Gemellaggio, em dezembro de 1990.
O Gemellaggio se propunha a ‘intensificar as relações sociais, econômicas e culturais das duas comunidades a fim de promover uma verdadeira integração entre os cidadãos de Urussanga e Longarone, na sólida recuperação da consciência e do conhecimento das raízes sociais e culturais e dos valores às partes pertencentes: “Assim se declara no documento formal assinado em Longarone pelos dois prefeitos no dia 6 de outubro de 1991”.
Este dia – que estava preparado nas duas cidades com várias atividades – certamente ficou marcado na memória, seja para os longaronenses, seja para a delegação dos cidadãos de Urussanga, dos quais, além do prefeito Vanderlei Olívio Rosso e Hedi Damian, faziam parte, entre outros, Newton Bortolotto, assessor de cultura (outro grande artífice do Gemellaggio) e vários conselheiros municipais, prefeitos de cidades vizinhas. Nos sentíamos realmente unidos num clima de irmandade e ideiais em comum. Um dia de verdadeira festa que se expressou em vários momentos, todos significativos e comoventes, como a deposição da coroa no cemitério das vítimas do Vajont, a apresentação do livro do Pe Luigi Marzano “Coloni e missionari italiani nelle foreste del Brasile”, a nomeação em Urussanga de uma praça onde foi colocada uma lápide, doação da Prefeitura, com os nomes das famílias fundadoras da cidade gemelada. As manifestações culminaram na missa e na cerimônia oficial do Gemellaggio com a primeira assinatura dos relativos atos.
Naturalmente, o Gemellaggio não ficou parado. Depois de tantas comemorações no dia 26 de maio de 1992 em Urussanga, foram viabilizados e concluídos vários projetos, referindo-se aos jovens, às escolas, à cultura, à economia, à arte, os quais seriam tantos para aqui elencar, e que, em parte, continuam até o momento demonstrando que a relação entre as duas Prefeituras se mantém sempre viva e fecunda.
* Por Gioachino Bratti - Presidente Associacão Bellunesi nel Mondo, outrora Prefeito de Longarone

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