Vecchia Fotografia( Fotografia de época)
quarta-feira, 20 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
Colonização italiana: Serra Gaúcha é recanto dos imigrantes que trouxeram seus conhecimentos vitivinícolas.
Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul são as cidades representantes da Itália no Brasil
Em 1870, o governo do Rio Grande do Sul criou colônias no alto das serras a fim de receber mais imigrantes alemães – os primeiros já estavam instalados no Vale dos Sinos –, que viriam para completar a lacuna de mão de obra barata que o Brasil precisava com o fim da escravatura, além de ocupar regiões remotas do Estado. Porém, com as más notícias que corriam na Alemanha, relatando as dificuldades dos colonizadores, o número de colonos alemães diminuiu drasticamente. Isso obrigou o governo a procurar uma nova fonte de imigrantes: os italianos.
Se aproveitando das péssimas condições que se encontravam as populações da Europa, graças à Revolução Industrial e ao êxodo rural - que fez com que camponeses fossem despejados de suas terras, artesãos fossem superados pelas máquinas e pobres e suas proles numerosas se amontoassem nas cidades - o Brasil fez promessas sobre uma terra de fartura e felicidade.
Após alguns meses da chegada dos italianos, diante das dificuldades e promessas não cumpridas por parte do governo brasileiro, muitos pensavam em ir embora. Mas sem dinheiro acabavam ficando. Foi então que um povo guerreiro e trabalhador se mostrou. A produção de vinho, que era feito em pequenas quantidades apenas para a população das colônias, logo começou a ganhar mercados externos, dando origem às primeiras cantinas – que mais tarde se tornariam indústrias. Além do vinho, os imigrantes italianos ajudaram outras lavouras a se desenvolver, auxiliando o Rio Grande do Sul a se tornar um dos estados mais produtivos do Brasil.
É a garra do povo italiano que dona Antônia Vicale Trindade demonstra ao contar, em um sotaque ainda bastante carregado, como foi sair da Itália para vir para o Brasil. Dona Antônia chegou no país com 16 anos, em 1954. Na longa viagem de navio, ela veio acompanhada da mãe e da irmã mais nova. “Meu pai já morava em Passo Fundo há quatro anos, e foi por isso que viemos parar no Rio Grande do Sul”, conta.
De acordo com Antônia, o pai resolveu vir para o Brasil depois de ter lutado na guerra na 2º Guerra Mundial como voluntário. “Meu pai ficou muito decepcionado com o governo italiano, o mínimo que ele esperava era algum reconhecimento”, recorda. Dona Antônia conta que a vida na Itália estava complicada, havia muitas dificuldades financeiras e nenhuma ajuda por parte do governo para aqueles que colocaram suas vidas em risco pela pátria.
Dona Antônia diz, ainda, que a mãe era bastante resistente em vir para o Brasil, mas com as dificuldades e responsabilidades em criar duas filhas mulheres sozinha, acabou cedendo e indo ao encontro do marido. “Por sermos imigrantes, esperávamos uma viagem ruim, em um navio velho e entulhado de gente, mas não foi assim que aconteceu. O navio era um luxo só, quando chegamos no porto para embarcar quase não acreditamos. Eu nunca tinha visto um barco tão grande e lindo da vida”, lembra.
Logo que chegaram ao Brasil, as imigrantes foram para a casa de parentes em São Paulo. “Minhas tias-avós moravam aqui, por isso fomos para São Paulo. Mas logo depois pegamos a estrada em direção à Passo Fundo, onde o meu pai nos esperava”, lembra dona Antônia. “Era o meu pai que estava construindo a nossa casa, mas até ela ficar pronta ficamos na casa de um outro tio meu que também estava morando aqui”, conta. Dona Antônia diz que no começo foi muito difícil se adaptar à nova realidade, a casa do tio - onde permaneceram até a casa nova ficar pronta – não tinha eletricidade e era muito velha. “Na Itália também não tínhamos luxo, mas morávamos confortavelmente, aqui a realidade era outra”, relata ela.
Assim como outros imigrantes italianos, a mãe de dona Antônia também chegou a se arrepender de ter saído da Itália para vir para o Brasil em busca de uma vida melhor. “A vida aqui estava dura, mas não tínhamos condições de voltar para a nossa terra”, lembra. “Eu e a minha família não falávamos português. Quando meu pai viajava, ele era vendedor, nos deixava uma quantia em dinheiro para irmos no armazém comprar comida. Como eu era a mais desinibida, eu que fazia as compras. Porém, sem entender nada do que eu pedia, o dono do armazém deixava eu pegar o que queria atrás do balcão, então só precisava pagar. Assim ficamos durante muito tempo, sem trocar uma única palavra”, recorda.
Foi em Passo Fundo que dona Antônia conheceu o marido. Ainda sem falar muito bem português, se compreenderem era um desafio. Porém o amor falou mais alto do que qualquer outra dificuldade, os dois se casaram e foram morar em Caxias do Sul, onde tiveram cinco filhos. Anos mais tarde dona Antônia voltou para a Itália para visitar a família. “A comunicação com eles (os parentes italianos) era só por carta, o que era muito demorado", afirma. Depois da primeira vez, dona Antônia ainda conseguiu visitar a Itália umas cinco vezes.
“Até hoje me sinto como uma árvore que teve a copa cortada, mas que deixou as raízes cravadas onde nasceu”, esta é a definição de dona Antônia para a falta que sente de sua terra natal. Para matar as saudades de Nápoles, sua cidade de origem, ela conta que costuma manter viva as tradições italianas. “Adoro ver minha família reunida em volta da mesa com muita comilança italiana, melhor ainda quando está tocando uma música típica”, conta. “O que os italianos têm em comum com os brasileiros é a alegria, os dois povos amam muito a vida. Na minha casa sempre estiveram presentes muitos amigos, vivíamos rodeados de gente alegre cantando e comendo”, lembra dona Antônia, que ainda lamenta: “Pena que hoje em dia as pessoas vivam tão sozinhas, cada um fica preso dentro de sua casa, muitas vezes até sem conhecer o vizinho que mora do lado. Antigamente, tanto no Brasil quanto na Itália, vivíamos para a família e os amigos, tudo era motivo de alegria”.
Conheça as belezas da Serra Gaúcha e as peculiaridades das tradições italianas – ainda muito presentes no EstadoApós alguns meses da chegada dos italianos, diante das dificuldades e promessas não cumpridas por parte do governo brasileiro, muitos pensavam em ir embora. Mas sem dinheiro acabavam ficando. Foi então que um povo guerreiro e trabalhador se mostrou. A produção de vinho, que era feito em pequenas quantidades apenas para a população das colônias, logo começou a ganhar mercados externos, dando origem às primeiras cantinas – que mais tarde se tornariam indústrias. Além do vinho, os imigrantes italianos ajudaram outras lavouras a se desenvolver, auxiliando o Rio Grande do Sul a se tornar um dos estados mais produtivos do Brasil.
É a garra do povo italiano que dona Antônia Vicale Trindade demonstra ao contar, em um sotaque ainda bastante carregado, como foi sair da Itália para vir para o Brasil. Dona Antônia chegou no país com 16 anos, em 1954. Na longa viagem de navio, ela veio acompanhada da mãe e da irmã mais nova. “Meu pai já morava em Passo Fundo há quatro anos, e foi por isso que viemos parar no Rio Grande do Sul”, conta.
De acordo com Antônia, o pai resolveu vir para o Brasil depois de ter lutado na guerra na 2º Guerra Mundial como voluntário. “Meu pai ficou muito decepcionado com o governo italiano, o mínimo que ele esperava era algum reconhecimento”, recorda. Dona Antônia conta que a vida na Itália estava complicada, havia muitas dificuldades financeiras e nenhuma ajuda por parte do governo para aqueles que colocaram suas vidas em risco pela pátria.
Dona Antônia diz, ainda, que a mãe era bastante resistente em vir para o Brasil, mas com as dificuldades e responsabilidades em criar duas filhas mulheres sozinha, acabou cedendo e indo ao encontro do marido. “Por sermos imigrantes, esperávamos uma viagem ruim, em um navio velho e entulhado de gente, mas não foi assim que aconteceu. O navio era um luxo só, quando chegamos no porto para embarcar quase não acreditamos. Eu nunca tinha visto um barco tão grande e lindo da vida”, lembra.
Logo que chegaram ao Brasil, as imigrantes foram para a casa de parentes em São Paulo. “Minhas tias-avós moravam aqui, por isso fomos para São Paulo. Mas logo depois pegamos a estrada em direção à Passo Fundo, onde o meu pai nos esperava”, lembra dona Antônia. “Era o meu pai que estava construindo a nossa casa, mas até ela ficar pronta ficamos na casa de um outro tio meu que também estava morando aqui”, conta. Dona Antônia diz que no começo foi muito difícil se adaptar à nova realidade, a casa do tio - onde permaneceram até a casa nova ficar pronta – não tinha eletricidade e era muito velha. “Na Itália também não tínhamos luxo, mas morávamos confortavelmente, aqui a realidade era outra”, relata ela.
Assim como outros imigrantes italianos, a mãe de dona Antônia também chegou a se arrepender de ter saído da Itália para vir para o Brasil em busca de uma vida melhor. “A vida aqui estava dura, mas não tínhamos condições de voltar para a nossa terra”, lembra. “Eu e a minha família não falávamos português. Quando meu pai viajava, ele era vendedor, nos deixava uma quantia em dinheiro para irmos no armazém comprar comida. Como eu era a mais desinibida, eu que fazia as compras. Porém, sem entender nada do que eu pedia, o dono do armazém deixava eu pegar o que queria atrás do balcão, então só precisava pagar. Assim ficamos durante muito tempo, sem trocar uma única palavra”, recorda.
Foi em Passo Fundo que dona Antônia conheceu o marido. Ainda sem falar muito bem português, se compreenderem era um desafio. Porém o amor falou mais alto do que qualquer outra dificuldade, os dois se casaram e foram morar em Caxias do Sul, onde tiveram cinco filhos. Anos mais tarde dona Antônia voltou para a Itália para visitar a família. “A comunicação com eles (os parentes italianos) era só por carta, o que era muito demorado", afirma. Depois da primeira vez, dona Antônia ainda conseguiu visitar a Itália umas cinco vezes.
“Até hoje me sinto como uma árvore que teve a copa cortada, mas que deixou as raízes cravadas onde nasceu”, esta é a definição de dona Antônia para a falta que sente de sua terra natal. Para matar as saudades de Nápoles, sua cidade de origem, ela conta que costuma manter viva as tradições italianas. “Adoro ver minha família reunida em volta da mesa com muita comilança italiana, melhor ainda quando está tocando uma música típica”, conta. “O que os italianos têm em comum com os brasileiros é a alegria, os dois povos amam muito a vida. Na minha casa sempre estiveram presentes muitos amigos, vivíamos rodeados de gente alegre cantando e comendo”, lembra dona Antônia, que ainda lamenta: “Pena que hoje em dia as pessoas vivam tão sozinhas, cada um fica preso dentro de sua casa, muitas vezes até sem conhecer o vizinho que mora do lado. Antigamente, tanto no Brasil quanto na Itália, vivíamos para a família e os amigos, tudo era motivo de alegria”.
Caxias do Sul
Caxias do Sul é a maior cidade da Serra Gaúcha. É o segundo polo metal mecânico do país e um dos maiores da América Latina. Além disso, é conhecida pela alta qualidade de suas vinícolas. A tradicional Festa da Uva, que atrai milhares de visitantes, ocorre bienalmente, em fevereiro nos Pavilhões da Festa da Uva. O evento retrata a colonização italiana através de desfiles e espetáculos regionais, além de contar com exposições de uvas e vinhos, cursos de degustação e demais atividades de entretenimento.
Com uma colonização quase exclusivamente italiana, Caxias mantém até hoje suas origens e tradições trazidas pelos imigrantes. Muitos habitantes, inclusive, falam uma espécie de dialeto do vêneto. Assim, a cidade é um local muito propício para apreciar massas, galeto e outras delícias da culinária italiana e para apreciar bons vinhos, produzidos na cidade e região.
Os passeios guiados pelas vinícolas são atrativos à parte, pois costumam oferecer degustações e coquetéis. Além, é claro, de mostrarem como é a produção dos vinhos e espumantes. O visitante pode acompanhar o processo desde a parreira até a harmonização das bebidas com a gastronomia. Em janeiro, anualmente, também ocorre a vindima, um final de semana onde os visitantes são convidados a colherem as uvas e as amassarem com os pés, como faziam os primeiros produtores de vinho da região.
Pontos turísticos que contam a história da imigração italiana em Caxias do Sul
Museu Municipal de Caxias do Sul - Possui um grande acervo de utensílios dos antigos agricultores, outros ligados a ofícios urbanos variados, uma seção de arte sacra, entre outros objetos. Possui ainda mapoteca, fototeca, pinacoteca e filmoteca que reúnem material para contar a saga da imigração italiana, passando por todo o processo imigratório que ocorreu na região. O prédio em que se encontra o museu, inclusive, testemunhou esta história. Construído na década de 1880, a casa que leva o número 586 da rua Visconde de Pelotas já foi sede da Prefeitura Municipal. Em 1975, após receber restauros, foi reinaugurada como museu.
Museu Ambiência Casa de Pedra - O museu está instalado em uma antiga casa de imigrantes, integralmente construída com pedras rústicas assentadas e rejuntadas com barro, com aberturas em pinho falquejado e janelas afixadas em tijolos artesanais, que resistiu ao tempo e à urbanização acelerada. Foi erguida no fim do século XIX por Giuseppe Lucchesi, e aberta ao público como museu em 1974, mantendo em seu interior o mobiliário que reconstitui o modo de vida doméstico do final do século XIX.
Museu da Uva e do Vinho Primo Slomp - Enfocando uma das atividades produtivas mais características do município, o Museu foi criado em 2002 no prédio histórico da Cooperativa Vitivinícola Forqueta, com um variado acervo de objetos utilizados na produção da uva e do vinho, incluindo objetos empregados em atividades correlatas como a tanoaria e a cestaria.
Igreja de São Pelegrino - A devoção a São Pelegrino, em Caxias do Sul, está vinculada aos primórdios da imigração italiana e da fundação da cidade. Em 1879 a família Sartori chegava ao antigo Campo dos Bugres, primeiro nome do vilarejo que deu origem a Caxias do Sul, trazendo a imagem do Santo que se habituaram a venerar na sua terra natal, Treviso - cidade italiana da região do Vêneto. Marcados fortemente por uma tradição religiosa, encontraram alternativas para as suas necessidades espirituais criando inicialmente um "Capitel". Após, a "Capelinha de Madeira" e a Igreja de Madeira, inaugurada em 1938. A Igreja Matriz foi inaugurada em 1953 e concedido o nome de Paróquia São Pelegrino. A igreja tem também valor artístico: em seus interior há pinturas de Aldo Locatelli, o que, em conjunto com sua arquitetura, a torna uma das mais bonitas da região.
Réplica de Caxias do Sul de 1885 - A réplica de Caxias do Sul de 1885 faz os visitantes voltarem no tempo para contemplar o nascimento da cidade. Trata-se de um conjunto arquitetônico com 20 casas de madeira, incluindo a igreja e o coreto, reproduzindo a Avenida Júlio de Castilhos e a Rua Doutor Montaury daquela época. Em sua volta, pinheiros altivos bebem a brisa e brindam a trajetória gloriosa dos que fizeram e fazem o progresso desta terra. À noite, a réplica serve de cenário para contar a Saga da Imigração Italiana, no espetáculo Som e Luz.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
HistóricoCabernet Sauvignon
De todas as variedades européias encontradas na Califórnia, a Cabernet Sauvignon é a que mais aparece na região, principalmente em Napa Valley. O Cabernet teve grande sucesso, mais especificamente em Napa, por volta de 1880, conforme indicavam os produtores da época. Suas características sempre foram apreciadas pelas autoridades do vinho, embora nem sempre pelo público consumidor.
No início dos anos 60, uma celebridade do mercado de vinhos ingleses denominou o Cabernet de Sauvignon do Napa de "Burgundy da Califórnia". Essa comparação pode ser considerada exagerada por muitos, mas certamente demonstra um pouco da qualidade e complexidade encontrada neste Cabernet. Desde então, as plantações expandiram-se ao lado de florestas chuvosas e nos desertos, em inclinações da montanha e em leitos do rio. As variações de Cabernet encontradas nessas regiões são grandes, algumas possuem maior concentração alcoólica enquanto outras apresentam texturas ricas em taninos. Além de Napa, há também outras regiões produtoras de Cabernet. O condado de Sonoma é uma delas, seus distritos superiores, Alexander Valley e Sonoma Valley, também são grandes produtores de Cabernet Sauvignon.
Merlot
Um registro histórico sugere que o Merlot não havia obtido grande aceitação antes da proibição. O resultado era que praticamente havia desaparecido entre 1919 e 1969, quando, como um último suspiro, alguns produtores curiosos começaram a experimentar a combinação de Merlot com outros vinhos. O objetivo era fazer com que sua composição pudesse amaciar os taninos de um Cabernet Sauvignon.
Desde meados dos anos 70, esse foi o motivo da sua exploração, e futuramente o motivo da explosão. Depois de obtidos resultados satisfatórios na combinação com outros vinhos, o Merlot passou a ter a fama de um vinho variável.
Pinot Noir
Pode se dizer que o sucesso do Pinot Noir na Califórnia é a combinação de 2 fatores: a névoa nos vinhedos e menos tempo na madeira das adegas do que antes, nos anos 80. Os primeiros produtores de Pinot Noir ficavam perplexos por décadas durante a produção do vinho, que ora apresentava grande consistência e tinham atributos dignos de vencedor, e ora tornavam-se maçantes para ser produzidos.
Mais e mais vinícolas trabalham na produção de Pinot Noir utilizando-se de barricas de carvalho francês por menor tempo. As variações de tempo de fermentação do Pinot Noir podem diminuir ou não a complexidade na boca, bem como alteração na riqueza de texturas.
Zinfandel
Esta variedade de uva sofreu durante muito tempo problemas em sua imagem. Faltando um estilo europeu que inspirasse o cultivo, partiram iniciativas diretamente dos críticos para se criar um estilo próprio à fruta. Sabendo da característica indesejada de falta de identidade, explorou-se suas vantagens. O Zinfandel apresenta características próprias como textura robusta, potência do fruto (que produz maior consistência no suco) e elegante sabor. Embora tenha estrutura e peso favoráveis para um bom envelhecimento, os produtores não têm abandonado a exploração de seu glorioso sabor.
UVAS BRANCASChardonnay
Esta variedade de uva branca demorou a ser inserida nas terras da Califórnia, mas assim que chegou conquistou seu espaço. Tornou-se uma das mais importantes uvas utilizadas na produção de grandes vinhos californianos. É a uva branca principal do estado, mesmo assim, necessita de cuidados especiais para garantir seu desenvolvimento ideal. Em 1973 começaram a surgir os primeiros produtos de Chardonnay, saboroso e respeitável. Com a aprovação do público, iniciou-se uma nova corrida pelo ouro. Um ouro chamado Chardonnay. Estima-se que nos anos 80, tenham sido produzidos mais de 700 tipos de Chardonnay.
Como na Bourgogne, o Chardonnay produzido na Califórnia é feito tanto quanto ou até mais nas adegas do que nas vinhas. A fermentação em barricas de carvalho, a fermentação malolática e os demais métodos de fermentação, bem como truques de produtores, entram em uma larga escala nos estilos de produção. Os produtores criaram sua própria maneira de elaboração do vinho, alguns utilizaram blends, outros trabalharam intensamente a fermentação e outros criaram famosas receitas na produção. A variedade da uva provou ser notavelmente adaptável, crescendo bem em todos os condados litorais. A Chardonnay é plantada mais extensamente nos condados de Napa, Monterey e Sonoma.
Sauvignon Blanc
Considerado por entendedores como a uva de grandes vinhos brancos da Califórnia, a Sauvignon Blanc talvez necessite de algumas alterações em sua concentração de sabor, para melhor adequar-se ao público, contudo, sabe-se que é forte, com grande aceitação no mercado. Alguns produtores envelhecem seu Sauvignon em carvalho novo, fazendo um assemblage com uma pequena porção de Chardonnay, ou acrescentam um corte de Sémillon, ajudando a criar um sabor moderado.
Os missionários franciscanos plantaram as primeiras videiras na Califórnia por volta de 1779. Durante os cem anos que se seguiriam, as uvas plantadas pelos missionários continuaram sendo a base da viticultura na Califórnia, chegando aos pequenos viticultores em Los Angeles. O desenvolvimento da região estendeu-se para todo o estado e a fama da Califórnia como a região do vinho espalhou-se da mesma forma com que no norte Cáucaso (Rússia).
Seguindo a Corrida do Ouro, em 1849, a população e os vinhedos instalaram-se no norte da baía do San Francisco e adjacências. O condado de SONOMA era o centro da atividade viticultural em 1891 e tinha 22.683 acres / 9.180 ha, destes, 18.000 acres pertencentes ao Napa Valley. No fim do século XIX um estouro extraordinário do investimento nos vinhedos beneficiou não apenas estes condados do norte da costa, mas também a Livermore e Santa Clara.
No final do século, a maioria das regiões da Califórnia que hoje são produtoras, já estava instalada, na época, com produção acima de 30 milhões gal / 1,1 milhão hl, na maior parte do norte, Sonoma, Napa e Santa Clara. Em 1870, a região central da Califórnia também se tornou produtora, especialmente os condados de Fresno e Madera, que se tornaram famosas pela produção de vinhos baratos. O estado incentivava a produção, visto que o acelerado crescimento e o desenvolvimento viticultor refletiam de forma esplêndida na economia dos EUA.
Em 1880, entretanto, haviam sinais adiantados de phylloxera vastatrix, a primeira barreira enfrentada pela indústria, que acabou devastando a produção de vinhos na Califórnia. Somado a isso, ainda houve a proibição por decreto legal que levantou uma barreira ainda maior para a viticultura, que praticamente foi extinta.
Imediatamente após a proibição, o mercado exigiu uma maior produção de vinho doce. Após a Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial, e a popularização do whisky, os produtores tiveram de utilizar-se de blend, para produzir vinhos semelhantes aos da Europa, usando nomes genéricos como Bourgogne e Chablis aproveitando a ignorância geral do público.
Já com um mercado mais estável, a produção acelerou-se. Aumentou o número de viticultores e surgiu maior variedade de vinhos de maior qualidade impulsionados pela demanda que exigia um produto com características melhoradas. O mercado respondia rapidamente, e nos anos 90 o número de produtores de vinho no estado chegava mais uma vez próximo de 800, quase todos vendiam sua produção sob seus próprios rótulos. Atualmente a produção na Califórnia está bem acelerada, com marcas conhecidas e renomadas no mercado, que não raramente têm participado de competições e muitas vezes saído vitoriosa.
A complexidade, riqueza e qualidade, já são características presentes nos vinhos californianos e tem repercutido em todo o mundo, tais atributos associados a esta região certamente a posiciona como uma das melhores produtoras do chamado Mundo Novo.
Clima
Os não familiarizados com a Califórnia atribuem-lhe a característica de clima mediterrâneo. Isto é uma realidade parcial, na verdade, as correntes da costa oceânica provocam uma névoa quase perpétua ao longo da costa, criando grandes áreas frias e úmidas, gerando condições perfeitas para o plantio de uvas em todo o território. A influência das névoas não alcança todo o interior da região, permitindo que haja diferenciação de clima, como se observa em San Joaquim Valley, onde o clima é quente e ensolarado e há o crescimento de uvas para a produção de vinhos.
Entretanto, no centro, agudamente montanhoso, com solo desigual, o produto variável da névoa alcança diversas plantações. Napa, através da baía de San Francisco, é uma das regiões mais aquecidas e secas na costa. As áreas do condado de Santa Bárbara, 200 milhas ao sul, são mais frescas e nevoentas do que qualquer parte do Napa, enquanto a maior parte da região de Mendocino (quase 80 milhas ao norte do Napa) tem verões mais quentes. As aberturas ao oceano pacífico nas escalas da costa indicam os pontos frescos, quando as barreiras da montanha tornam-se mais mornas.
A estação chuvosa segue um padrão mais rigoroso, com pouca variação. No norte as chuvas provocam alagamento anual total em San Francisco de 24 a 45 pontos (615-1.150 milímetros). O congelamento prejudicial do inverno é desconhecido, bem como a chuva que algumas vezes tem interferido no desenvolvimento da fruta, mas nunca em uma proporção desastrosa. Para que se obtenha uma temperatura adequada na plantação, são utilizadas as "máquinas de vento", grandes ventiladores que ajudam a manter o ar frio em movimento nos vinhedos.
Geografia
Nos anos 90, na Califórnia, as regiões produtoras de vinho se estenderam por mais de 600 milhas/ 960 km do norte ao sul do estado. A demarcação das regiões e do estabelecimento produtor é uma tarefa muito importante que começou a ser realizada em 1983. A utilização desta identificação permitiu a popularização acelerada de diversas regiões como Napa, Sonoma, Mendocino entre outras. Nesta mesma época, tiveram início as primeiras etapas para uma identificação mais específica da origem, dirigida pelo solo e pelo clima. Estas áreas viticultoras americanas (AVA) são inicialmente rudimentares, não impondo nenhuma limitação nas variedades plantadas ou nas práticas do vinhedo. Para evitar que não houvesse a devida identificação, tanto da produtora, quanto da região, o AVA, juntamente com provadores, trabalhou para identificar de forma clara os vinhos produzidos. Esse processo de identificação continuou a ser realizado em toda a região durante a década de 90, mesmo enfrentando algumas complicações.
Viticultura
As plantações encontradas na Califórnia após o fim da proibição eram praticamente uniformes, com espaçamento, cultivo e poda muito semelhante. Cultivo seco era a regra na costa norte, enquanto a irrigação da inundação era a prática em San Joaquin Valley. Durante a década de 60 a investida foi sobre a própria videira, que passou a ser tratada de forma variada, de acordo com a espécie. Em meados da década de 80 foram tomadas medidas a fim de evitar a proliferação de parasitas e doenças, especialmente a phylloxera vastatrix. Uma delas foi a alteração na distância entre videiras, variando entre 800 e 2000 videiras por hectare. O objetivo era fazer um exame da vantagem das variações na estrutura e em exposições do solo bem como variedade da videira, que foi tornando-se cada vez mais resistente à ação de pragas.
Produção
Sem tradição para produzir, a maioria dos produtores de vinho da Califórnia buscou incessantemente obter em suas vinhas o resultado que conseguiam na universidade. Compreender um processo e então controla-lo eram os primeiros objetivos dos típicos enólogos do estado. De todas as etapas da produção de um vinho, a fermentação foi a que recebeu mais atenção. A fermentação de temperatura controlada começou a ser aplicada na Califórnia na década de 40. Com o avanço dos tanques de aço inoxidável e de mais sistemas de refrigeração, na década de 60, veio a variação na fermentação, projetada para cada tipo específico de uva. Os tanques de aço ultra-higiênicos permitiam que a fermentação malolática fosse feita com maior controle. O avanço do maquinário na produção permitiu controlar a acidez do vinho, podendo agregar a este maior concentração de acidez. Apesar dessa possibilidade, o recurso não era muito utilizado nas regiões do litoral, onde as uvas têm, freqüentemente a acidez mais elevada.
As barricas de carvalho francês eram utilizadas de forma variada, fermentando e envelhecendo tanto vinhos brancos como tintos. Com raras exceções, os vinhos tintos continuam a fermentar em tanques de aço inoxidável. O processo de fermentação é muito estudado e monitorado com muito cuidado. O maior objetivo a ser alcançado é a complexidade aromática. Envelhecer o vinho em barricas de carvalho tornou-se arte, e o cumprimento do tempo de envelhecimento tornou-se assunto de muito debate e experimentação.
Tipos de Vinhos
Uma das maiores características dos vinhos produzidos na Califórnia é a variedade. A produção de vinhos baratos (região central ou San Joaquin Valley), provém de poucas, mas grandes vinhas. A maioria das vinhas do estado se concentra na elaboração de vinhos mais caros, muitos de produção limitada e disponível somente em alguns mercados.
Tipos de Uvas
A variedade de uvas encontradas na Califórnia é uma das maiores do mundo graças a proporção elevada de produtores na região. As variedades mais plantadas são Chardonnay, cuja área total é de 57.000 acres / 23.000 ha. Cabernet Sauvignon e Chardonnay dominam etiquetas, enquanto os demais são utilizados mais freqüentemente para blends mais baratos. Há também alguns acres destinados ao cultivo de Sauvignon Blanc, Grenache e Barbera. Nota-se, entretanto, a provável influência italiana em vinhedos da Califórnia, mais particularmente com cultivo de Sangiovese. Outras variedades também apreciadas popularmente nos anos 90 são Zinfandel, Merlot, Syrah e Viognier. As variedades que constituem a especialidade da Califórnia, produzidas para o mercado interno e externo são: Charbono, Emerald Riesling, Flora, Green Hungarian, Petit Sirah, Ruby Cabernet, Symphony e Zinfandel.
A ciência da identificação da videira pela observação humana, nunca foi uma prática muito comum na Califórnia. Nó século XIX, a identificação era feita de forma imprecisa e não se podia saber com exatidão a espécie da uva que havia crescido em determinadas regiões. Os "investigadores" modernos têm usado técnicas mais sofisticadas de identificar videiras, como o DNA, para testar e classificar os "ancestrais" que deram origem a determinados tipos de uva. Algumas das variedades encontradas não apresentam clara classificação, com é o caso da Gamay. Algumas delas apresentadas a seguir são as de maior importância na Califórnia, sendo facilmente identificadas em rótulos de vinhos produzidos na região.
UVAS TINTAS
De todas as variedades européias encontradas na Califórnia, a Cabernet Sauvignon é a que mais aparece na região, principalmente em Napa Valley. O Cabernet teve grande sucesso, mais especificamente em Napa, por volta de 1880, conforme indicavam os produtores da época. Suas características sempre foram apreciadas pelas autoridades do vinho, embora nem sempre pelo público consumidor.
No início dos anos 60, uma celebridade do mercado de vinhos ingleses denominou o Cabernet de Sauvignon do Napa de "Burgundy da Califórnia". Essa comparação pode ser considerada exagerada por muitos, mas certamente demonstra um pouco da qualidade e complexidade encontrada neste Cabernet. Desde então, as plantações expandiram-se ao lado de florestas chuvosas e nos desertos, em inclinações da montanha e em leitos do rio. As variações de Cabernet encontradas nessas regiões são grandes, algumas possuem maior concentração alcoólica enquanto outras apresentam texturas ricas em taninos. Além de Napa, há também outras regiões produtoras de Cabernet. O condado de Sonoma é uma delas, seus distritos superiores, Alexander Valley e Sonoma Valley, também são grandes produtores de Cabernet Sauvignon.
Merlot
Um registro histórico sugere que o Merlot não havia obtido grande aceitação antes da proibição. O resultado era que praticamente havia desaparecido entre 1919 e 1969, quando, como um último suspiro, alguns produtores curiosos começaram a experimentar a combinação de Merlot com outros vinhos. O objetivo era fazer com que sua composição pudesse amaciar os taninos de um Cabernet Sauvignon.
Desde meados dos anos 70, esse foi o motivo da sua exploração, e futuramente o motivo da explosão. Depois de obtidos resultados satisfatórios na combinação com outros vinhos, o Merlot passou a ter a fama de um vinho variável.
Pinot Noir
Pode se dizer que o sucesso do Pinot Noir na Califórnia é a combinação de 2 fatores: a névoa nos vinhedos e menos tempo na madeira das adegas do que antes, nos anos 80. Os primeiros produtores de Pinot Noir ficavam perplexos por décadas durante a produção do vinho, que ora apresentava grande consistência e tinham atributos dignos de vencedor, e ora tornavam-se maçantes para ser produzidos.
Mais e mais vinícolas trabalham na produção de Pinot Noir utilizando-se de barricas de carvalho francês por menor tempo. As variações de tempo de fermentação do Pinot Noir podem diminuir ou não a complexidade na boca, bem como alteração na riqueza de texturas.
Zinfandel
Esta variedade de uva sofreu durante muito tempo problemas em sua imagem. Faltando um estilo europeu que inspirasse o cultivo, partiram iniciativas diretamente dos críticos para se criar um estilo próprio à fruta. Sabendo da característica indesejada de falta de identidade, explorou-se suas vantagens. O Zinfandel apresenta características próprias como textura robusta, potência do fruto (que produz maior consistência no suco) e elegante sabor. Embora tenha estrutura e peso favoráveis para um bom envelhecimento, os produtores não têm abandonado a exploração de seu glorioso sabor.
UVAS BRANCASChardonnay
Esta variedade de uva branca demorou a ser inserida nas terras da Califórnia, mas assim que chegou conquistou seu espaço. Tornou-se uma das mais importantes uvas utilizadas na produção de grandes vinhos californianos. É a uva branca principal do estado, mesmo assim, necessita de cuidados especiais para garantir seu desenvolvimento ideal. Em 1973 começaram a surgir os primeiros produtos de Chardonnay, saboroso e respeitável. Com a aprovação do público, iniciou-se uma nova corrida pelo ouro. Um ouro chamado Chardonnay. Estima-se que nos anos 80, tenham sido produzidos mais de 700 tipos de Chardonnay.
Como na Bourgogne, o Chardonnay produzido na Califórnia é feito tanto quanto ou até mais nas adegas do que nas vinhas. A fermentação em barricas de carvalho, a fermentação malolática e os demais métodos de fermentação, bem como truques de produtores, entram em uma larga escala nos estilos de produção. Os produtores criaram sua própria maneira de elaboração do vinho, alguns utilizaram blends, outros trabalharam intensamente a fermentação e outros criaram famosas receitas na produção. A variedade da uva provou ser notavelmente adaptável, crescendo bem em todos os condados litorais. A Chardonnay é plantada mais extensamente nos condados de Napa, Monterey e Sonoma.
Sauvignon Blanc
Considerado por entendedores como a uva de grandes vinhos brancos da Califórnia, a Sauvignon Blanc talvez necessite de algumas alterações em sua concentração de sabor, para melhor adequar-se ao público, contudo, sabe-se que é forte, com grande aceitação no mercado. Alguns produtores envelhecem seu Sauvignon em carvalho novo, fazendo um assemblage com uma pequena porção de Chardonnay, ou acrescentam um corte de Sémillon, ajudando a criar um sabor moderado.
Os missionários franciscanos plantaram as primeiras videiras na Califórnia por volta de 1779. Durante os cem anos que se seguiriam, as uvas plantadas pelos missionários continuaram sendo a base da viticultura na Califórnia, chegando aos pequenos viticultores em Los Angeles. O desenvolvimento da região estendeu-se para todo o estado e a fama da Califórnia como a região do vinho espalhou-se da mesma forma com que no norte Cáucaso (Rússia).
Seguindo a Corrida do Ouro, em 1849, a população e os vinhedos instalaram-se no norte da baía do San Francisco e adjacências. O condado de SONOMA era o centro da atividade viticultural em 1891 e tinha 22.683 acres / 9.180 ha, destes, 18.000 acres pertencentes ao Napa Valley. No fim do século XIX um estouro extraordinário do investimento nos vinhedos beneficiou não apenas estes condados do norte da costa, mas também a Livermore e Santa Clara.
No final do século, a maioria das regiões da Califórnia que hoje são produtoras, já estava instalada, na época, com produção acima de 30 milhões gal / 1,1 milhão hl, na maior parte do norte, Sonoma, Napa e Santa Clara. Em 1870, a região central da Califórnia também se tornou produtora, especialmente os condados de Fresno e Madera, que se tornaram famosas pela produção de vinhos baratos. O estado incentivava a produção, visto que o acelerado crescimento e o desenvolvimento viticultor refletiam de forma esplêndida na economia dos EUA.
Em 1880, entretanto, haviam sinais adiantados de phylloxera vastatrix, a primeira barreira enfrentada pela indústria, que acabou devastando a produção de vinhos na Califórnia. Somado a isso, ainda houve a proibição por decreto legal que levantou uma barreira ainda maior para a viticultura, que praticamente foi extinta.
Imediatamente após a proibição, o mercado exigiu uma maior produção de vinho doce. Após a Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial, e a popularização do whisky, os produtores tiveram de utilizar-se de blend, para produzir vinhos semelhantes aos da Europa, usando nomes genéricos como Bourgogne e Chablis aproveitando a ignorância geral do público.
Já com um mercado mais estável, a produção acelerou-se. Aumentou o número de viticultores e surgiu maior variedade de vinhos de maior qualidade impulsionados pela demanda que exigia um produto com características melhoradas. O mercado respondia rapidamente, e nos anos 90 o número de produtores de vinho no estado chegava mais uma vez próximo de 800, quase todos vendiam sua produção sob seus próprios rótulos. Atualmente a produção na Califórnia está bem acelerada, com marcas conhecidas e renomadas no mercado, que não raramente têm participado de competições e muitas vezes saído vitoriosa.
A complexidade, riqueza e qualidade, já são características presentes nos vinhos californianos e tem repercutido em todo o mundo, tais atributos associados a esta região certamente a posiciona como uma das melhores produtoras do chamado Mundo Novo.
Clima
Os não familiarizados com a Califórnia atribuem-lhe a característica de clima mediterrâneo. Isto é uma realidade parcial, na verdade, as correntes da costa oceânica provocam uma névoa quase perpétua ao longo da costa, criando grandes áreas frias e úmidas, gerando condições perfeitas para o plantio de uvas em todo o território. A influência das névoas não alcança todo o interior da região, permitindo que haja diferenciação de clima, como se observa em San Joaquim Valley, onde o clima é quente e ensolarado e há o crescimento de uvas para a produção de vinhos.
Entretanto, no centro, agudamente montanhoso, com solo desigual, o produto variável da névoa alcança diversas plantações. Napa, através da baía de San Francisco, é uma das regiões mais aquecidas e secas na costa. As áreas do condado de Santa Bárbara, 200 milhas ao sul, são mais frescas e nevoentas do que qualquer parte do Napa, enquanto a maior parte da região de Mendocino (quase 80 milhas ao norte do Napa) tem verões mais quentes. As aberturas ao oceano pacífico nas escalas da costa indicam os pontos frescos, quando as barreiras da montanha tornam-se mais mornas.
A estação chuvosa segue um padrão mais rigoroso, com pouca variação. No norte as chuvas provocam alagamento anual total em San Francisco de 24 a 45 pontos (615-1.150 milímetros). O congelamento prejudicial do inverno é desconhecido, bem como a chuva que algumas vezes tem interferido no desenvolvimento da fruta, mas nunca em uma proporção desastrosa. Para que se obtenha uma temperatura adequada na plantação, são utilizadas as "máquinas de vento", grandes ventiladores que ajudam a manter o ar frio em movimento nos vinhedos.
Geografia
Nos anos 90, na Califórnia, as regiões produtoras de vinho se estenderam por mais de 600 milhas/ 960 km do norte ao sul do estado. A demarcação das regiões e do estabelecimento produtor é uma tarefa muito importante que começou a ser realizada em 1983. A utilização desta identificação permitiu a popularização acelerada de diversas regiões como Napa, Sonoma, Mendocino entre outras. Nesta mesma época, tiveram início as primeiras etapas para uma identificação mais específica da origem, dirigida pelo solo e pelo clima. Estas áreas viticultoras americanas (AVA) são inicialmente rudimentares, não impondo nenhuma limitação nas variedades plantadas ou nas práticas do vinhedo. Para evitar que não houvesse a devida identificação, tanto da produtora, quanto da região, o AVA, juntamente com provadores, trabalhou para identificar de forma clara os vinhos produzidos. Esse processo de identificação continuou a ser realizado em toda a região durante a década de 90, mesmo enfrentando algumas complicações.
Viticultura
As plantações encontradas na Califórnia após o fim da proibição eram praticamente uniformes, com espaçamento, cultivo e poda muito semelhante. Cultivo seco era a regra na costa norte, enquanto a irrigação da inundação era a prática em San Joaquin Valley. Durante a década de 60 a investida foi sobre a própria videira, que passou a ser tratada de forma variada, de acordo com a espécie. Em meados da década de 80 foram tomadas medidas a fim de evitar a proliferação de parasitas e doenças, especialmente a phylloxera vastatrix. Uma delas foi a alteração na distância entre videiras, variando entre 800 e 2000 videiras por hectare. O objetivo era fazer um exame da vantagem das variações na estrutura e em exposições do solo bem como variedade da videira, que foi tornando-se cada vez mais resistente à ação de pragas.
Produção
Sem tradição para produzir, a maioria dos produtores de vinho da Califórnia buscou incessantemente obter em suas vinhas o resultado que conseguiam na universidade. Compreender um processo e então controla-lo eram os primeiros objetivos dos típicos enólogos do estado. De todas as etapas da produção de um vinho, a fermentação foi a que recebeu mais atenção. A fermentação de temperatura controlada começou a ser aplicada na Califórnia na década de 40. Com o avanço dos tanques de aço inoxidável e de mais sistemas de refrigeração, na década de 60, veio a variação na fermentação, projetada para cada tipo específico de uva. Os tanques de aço ultra-higiênicos permitiam que a fermentação malolática fosse feita com maior controle. O avanço do maquinário na produção permitiu controlar a acidez do vinho, podendo agregar a este maior concentração de acidez. Apesar dessa possibilidade, o recurso não era muito utilizado nas regiões do litoral, onde as uvas têm, freqüentemente a acidez mais elevada.
As barricas de carvalho francês eram utilizadas de forma variada, fermentando e envelhecendo tanto vinhos brancos como tintos. Com raras exceções, os vinhos tintos continuam a fermentar em tanques de aço inoxidável. O processo de fermentação é muito estudado e monitorado com muito cuidado. O maior objetivo a ser alcançado é a complexidade aromática. Envelhecer o vinho em barricas de carvalho tornou-se arte, e o cumprimento do tempo de envelhecimento tornou-se assunto de muito debate e experimentação.
Tipos de Vinhos
Uma das maiores características dos vinhos produzidos na Califórnia é a variedade. A produção de vinhos baratos (região central ou San Joaquin Valley), provém de poucas, mas grandes vinhas. A maioria das vinhas do estado se concentra na elaboração de vinhos mais caros, muitos de produção limitada e disponível somente em alguns mercados.
Tipos de Uvas
A variedade de uvas encontradas na Califórnia é uma das maiores do mundo graças a proporção elevada de produtores na região. As variedades mais plantadas são Chardonnay, cuja área total é de 57.000 acres / 23.000 ha. Cabernet Sauvignon e Chardonnay dominam etiquetas, enquanto os demais são utilizados mais freqüentemente para blends mais baratos. Há também alguns acres destinados ao cultivo de Sauvignon Blanc, Grenache e Barbera. Nota-se, entretanto, a provável influência italiana em vinhedos da Califórnia, mais particularmente com cultivo de Sangiovese. Outras variedades também apreciadas popularmente nos anos 90 são Zinfandel, Merlot, Syrah e Viognier. As variedades que constituem a especialidade da Califórnia, produzidas para o mercado interno e externo são: Charbono, Emerald Riesling, Flora, Green Hungarian, Petit Sirah, Ruby Cabernet, Symphony e Zinfandel.
A ciência da identificação da videira pela observação humana, nunca foi uma prática muito comum na Califórnia. Nó século XIX, a identificação era feita de forma imprecisa e não se podia saber com exatidão a espécie da uva que havia crescido em determinadas regiões. Os "investigadores" modernos têm usado técnicas mais sofisticadas de identificar videiras, como o DNA, para testar e classificar os "ancestrais" que deram origem a determinados tipos de uva. Algumas das variedades encontradas não apresentam clara classificação, com é o caso da Gamay. Algumas delas apresentadas a seguir são as de maior importância na Califórnia, sendo facilmente identificadas em rótulos de vinhos produzidos na região.
UVAS TINTAS
terça-feira, 21 de junho de 2011
História da polenta e receita...
- O município de Venda Nova do Imigrante é nacionalmente conhecido pela forte influência da cultura dos ancestrais italianos, uma manisfestação dessa influência pode ser vista na Festa da Polenta. Realizada sempre na segunda semana de Outubro durante três dias, a festa resgata a cultura italiana com atrações como danças, músicas e comidas típicas. Polenta é um prato típico da culinária italiana, mas que tem amplo uso e aceitação em diversos países, como Argentina e o Brasil. Sua base é a farinha de milho. A polenta tem origem na região norte da Itália. Era o pão dos tempos antigos: constituía a base alimentar (o prato mais consumido) da população e dos legionários romanos. Inicialmente, era feita de ervas. Posteriormente, passou a ser feita de farinha de trigo. Somente após 1492, com a descoberta da América por Cristóvão Colombo, é que a polenta passou a ser feita de milho. Quando o milho foi introduzido na
- Itália, foi cultivado primariamente no norte, onde as chuvas eram abundantes. A polenta feita de milho passou a ser o principal prato nas regiões de Veneza e Friuli, onde passou a substituir o pão (feito com trigo) e o macarrão. Inicialmente restrita a essas regiões, em pouco tempo a polenta passou a dominar todos os aspectos da culinária italiana. Sua textura varia bastante, de firme nas regiões de Veneza e Friuli a cremosa na região de Abruzzi. A polenta sempre foi feita da mesma forma: com bastante esforço e paciência, misturando a pasta de milho em caldeirões de cobre, aquecidas sob o fogo. Pode ser servida mole, dura, grelhada ou frita. Pode ser recheada com uma miríade de molhos ou outros ingredientes, acrescentados enquanto ela ainda está mole. Antigamente considerada "comida de pobres", a polenta hoje é usada em diversas casas e restaurantes, sem essa conotação. Recentemente, a indústria alimentícia lançou polentas pré-preparadas, para serem feitas em refeições instantâneas. Existe na Ilha da Madeira um prato tipico muito parecido, as papas de milho, cuja base é tambem farinha de milho e é consumido logo depois de cozido a acompanhar peixe, ou entao frito, a acompanhar a espetada madeirense de carne de vaca. Venda Nova foi colonizada por imigrantes italianos. Os primeiros desbravadores chegaram por volta de 1892, da província de Treviso. Três anos depois dezenas de famílias deixaram as terras onde haviam se instalado inicialmente e foram para o Alto Castelo, tomando posse das áreas loteadas pelo Governo. A união da comunidade sempre foi um forte marco em Venda Nova. Os imigrantes se juntaram para construir escolas, igrejas e até uma usina geradora de energia elétrica, capaz de movimentar máquinas de beneficiamento de café e iluminar casas e demais prédios. Até a década de 1940, os habitantes da localidade, todos descendentes de italianos, só falavam um dialeto da Alta Itália. A construção de estradas e as comunicações em geral eram difíceis, pois este é o município mais alto do Estado, onde cerca de 45% do território é montanhoso e 35% fortemente ondulado. Em 1951, o início da abertura da BR-262, que liga Vitória a Belo Horizonte, trouxe enorme transformação. A estrada corta toda a cidade e funciona como principal avenida. O nome de Venda Nova surgiu porque antigamente havia uma pequena mercearia, que era chamada de venda. Esta mercearia foi reformada e ficou conhecida como venda nova, dando nome ao local. Como a cidade foi colonizada por imigrantes, com a emancipação, em 1988, foi adotado o nome
- de Venda Nova do Imigrante. A Festa da Polenta surgiu por iniciativa do Padre Cleto Caliman, em 1978, quando foi convidado para ir a uma Festa da Polenta em Sagrada Família, no município de Alfredo Chaves. Ele achou a idéia ótima e resolveu criar a festa em Venda Nova, onde o prato principal era a polenta. A primeira Festa da Polenta de Venda Nova aconteceu no Colégio Salesiano em 1979, precedida de uma missa na Igreja Matriz. No início, apenas os moradores da cidade participavam da festa, e tudo era improvisado: as donas de casa emprestavam panelas, pratos, copos e talheres e a comunidade doava fubá, macarrão, lingüiça, queijo, frango e bebidas. Desde as primeiras festas, toda a renda era dividida entre as entidades filantrópicas da cidade, com o objetivo de melhorar a vida da população. Quando o número de participantes começou a crescer, com pessoas vindas de diversos lugares do Estado, surgiu a idéia de estender as comemorações por mais dois dias. Em 1995 a Prefeitura adquiriu um terreno e criou o Centro de Eventos Pe. Cleto Caliman para abrigar a Festa da Polenta e demais festas do município. A Festa do Polenta não é apenas a celebração da cultura italiana, é muito mais do que isso; é a prova de que a união das pessoas é sinônimo de muito sucesso, pois essa festa só se realiza por causa dos 600 voluntários, divididos em 15 equipes, que se dedicam a atender o público da melhor forma possível. RECEITA DA TRADICIONAL POLENTA A POLENTA DE MILANO (Serve 6 pessoas) Ingredientes ½ kg de fubá; 1 ovo; 1 litro de água; 200 gramas de farinha de rosca. Modo de Preparo Faça a polenta com fubá e a água, temperando com sal. Deixe cozinhar bem, espalhe sobre o mármore, na espessura de 1 cm. Corte em pedaços regulares, no feitio que quiser. Passe cada pedaço em ovo batido e em farinha de rosca e frite em azeite bem quente. Sirva quente, acompanhando qualquer ensopadinho. POLENTA COM FRANGO (Seis pessoas)
- Ingredientes 1 kg de peito de frango cortado em pedaços; Uma folha de louro; Dois galhos de alecrim fresco; Um galho de manjericão fresco Uma colher (chá) de tomilho 10 dentes de alho com casca 4 colheres (sopa) de azeite Sal e pimenta a gosto Modo de Preparo Em um refratário, coloque o frango e tempere com sal e pimenta, junte todos ingredientes e misture. Tampe o refratário e leve ao forno até o frango ficar macio (cerca de 1 hora). Sirva a Polenta acompanhada deste frango. Observação: Ao servir o frango, separe os 10 dentes de alho e sirvá-os, sem casca, sobre torradinhas feitas com azeite. Sirva a seguir. TRADICIONAL POLENTA DE FORNO (Seis pessoas) Modo de Preparo Dissolva duas xícaras (chá) de um bom fubá, destes que você encontra num bom Supermercado, ou se possível, um fubá caseiro, feito na roça. Dissolva em 6 xícaras de água fria e tempere a gosto. Leve ao forno, sempre mexendo, até engrossar e então cozinhe por mais 5 minutos. Coloque em uma forma refratária untada, cubra com molho de tomate e queijo ralado e leve ao forno para servir quente. Após sirva a seguir. POLENTA DO LAGO DE COMO (Seis pessoas)
- Ingredientes ½ kg de fubá; ½ kg de queijo sem gordura (fresco); 1 litro de água; ½ kg de manteiga gelada. Modo de Preparo Faça a polenta somente com o fubá e água, deixando cozinhar bem. Corte o queijo e a manteiga gelada em pedacinhos. Quando a polenta estiver pronta, vá acrescentando, sem deixar de mexer os pedacinhos de queijo e da manteiga, até derrete-los bem. Acrescente mais pedacinhos até que a polenta fique toda por igual. Despeje numa fôrma molhada de água fria. Deixe ficar uns 10 minutos. Desenforme e sirva com leite. Sirva a seguir.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Colonização Italiana no Sul do Brasil
A Imigração Italiana no Sul do Brasil foi muito expressiva na segunda metade do século XIX, os italianos se empregaram em diferentes atividades variáveis de acordo com o estado em que se localizaram.
Os italianos formaram um grupo muito notório de imigrantes no Brasil no decorrer do século XIX, tornaram-se, em alguns momentos, mais numerosos na chegada ao país do que os imigrantes portugueses, tão ligados historicamente a nós. O impulso no Império pela atração de estrangeiros com o intuito de empregá-los nas lavouras de café, em núcleos coloniais ou nas nascentes indústrias foi a tônica da segunda metade do século XIX, quando a sociedade começou a apontar efetivamente para o fim do regime escravista.
A Imigração Italiana no Sul do Brasilé de grande destaque entre todo o fluxo imigratório que marcou o século XIX, naquela região desenvolveram diferentes formas de ocupação do território, empregando-se em diferentes atividades.
A unificação do Estado italiano foi, de forma controversa, o motivo que estimulou a emigração do povo nativo. Com a unificação da Itália, o governo passou a não dar a devida atenção aos trabalhadores do campo, deixando a agricultura em situação desfavorável no país. A má qualidade de vida foi ao encontro das propagandas brasileiras na Europa em favor da emigração para o Brasil, a união dos dois fatores foi decisiva para estimular a movimentação dos indivíduos, o que deixou vilas inteiras da Itália vazias por conta da mudança de seus habitantes para o Novo Mundo.
As primeiras colônias italianas formadas no Sul do Brasil foram na região da serra gaúcha. Como a Alemanha criou mecanismos para impedir a emigração para o Brasil, os italianos acabaram substituindo os alemães na região Sul através das novas colônias. A presença dos italianos no Rio Grande do Sul é muito marcante, em 1875 foram criadas as colônias Conde D’Eu e Dona Isabel que se tornaram as cidades de Bento Gonçalves e Garibaldi hoje. Através destas colônias e as que foram formadas ao redor, os italianos se expandiram pela serra gaúcha e marcaram a presença no Rio Grande do Sul. Em tal estado, a atividade de destaque que desenvolveram foi o cultivo da videira, mas também se plantava milho e trigo.
Em Santa Catarina a presença mais significativa dos italianos foi no sul do estado, muito pela expansão daqueles que vinham do Rio Grande do Sul. Foram criadas várias colônias italianas em torno de cidades como Blumenau e Brusque. Blumenau, à época, era colônia alemã e teve a sua volta a formação das colônias Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apoiúna.
Já no Paraná, os colonos italianos pioneiros estabeleceram-se na região litorânea, em 1878. Entretanto, Curitiba os atraiu e levou grande quantidade de italianos para a cidade e a região em torno. Como o Paraná faz fronteira com São Paulo e este integrava o cinturão que produzia o principal produto de exportação do Brasil na época, os italianos do Paraná foram, em grande parte, empregados nas lavouras de café.
Não só na região Sul do Brasil estiveram os imigrantes italianos, foram uma corrente imigratória de notória expressividade no Brasil. Ocuparam todas as regiões do Brasil, até mesmo locais longínquos como o Amazonas. A influencia da cultura e da presença italiana está expressa, entre outras coisas, na grande quantidade de sobrenomes italianos existentes no Brasi
Vecchia Fotografia.( Fotografia de época)
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Os italianos formaram um grupo muito notório de imigrantes no Brasil no decorrer do século XIX, tornaram-se, em alguns momentos, mais numerosos na chegada ao país do que os imigrantes portugueses, tão ligados historicamente a nós. O impulso no Império pela atração de estrangeiros com o intuito de empregá-los nas lavouras de café, em núcleos coloniais ou nas nascentes indústrias foi a tônica da segunda metade do século XIX, quando a sociedade começou a apontar efetivamente para o fim do regime escravista.
A Imigração Italiana no Sul do Brasil
As primeiras colônias italianas formadas no Sul do Brasil foram na região da serra gaúcha. Como a Alemanha criou mecanismos para impedir a emigração para o Brasil, os italianos acabaram substituindo os alemães na região Sul através das novas colônias. A presença dos italianos no Rio Grande do Sul é muito marcante, em 1875 foram criadas as colônias Conde D’Eu e Dona Isabel que se tornaram as cidades de Bento Gonçalves e Garibaldi hoje. Através destas colônias e as que foram formadas ao redor, os italianos se expandiram pela serra gaúcha e marcaram a presença no Rio Grande do Sul. Em tal estado, a atividade de destaque que desenvolveram foi o cultivo da videira, mas também se plantava milho e trigo.
Em Santa Catarina a presença mais significativa dos italianos foi no sul do estado, muito pela expansão daqueles que vinham do Rio Grande do Sul. Foram criadas várias colônias italianas em torno de cidades como Blumenau e Brusque. Blumenau, à época, era colônia alemã e teve a sua volta a formação das colônias Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apoiúna.
Já no Paraná, os colonos italianos pioneiros estabeleceram-se na região litorânea, em 1878. Entretanto, Curitiba os atraiu e levou grande quantidade de italianos para a cidade e a região em torno. Como o Paraná faz fronteira com São Paulo e este integrava o cinturão que produzia o principal produto de exportação do Brasil na época, os italianos do Paraná foram, em grande parte, empregados nas lavouras de café.
Não só na região Sul do Brasil estiveram os imigrantes italianos, foram uma corrente imigratória de notória expressividade no Brasil. Ocuparam todas as regiões do Brasil, até mesmo locais longínquos como o Amazonas. A influencia da cultura e da presença italiana está expressa, entre outras coisas, na grande quantidade de sobrenomes italianos existentes no Brasi
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Em Gramado venha fazer uma foto.
Av das Hortênsias, 1408- Sala 03
Ao lado Restaurante Kilo & Kilo, anexo Autolocadora
Gramadense. Fone 54 3286 7232 / 9121 9669
E-mail vecchiafotografia@gmail.com
terça-feira, 14 de junho de 2011
D'Ampezzo pretende ser cidade irmã de Gramado
Fortalecer os laços entre Brasil e Itália foi o objetivo da visita de representantes italianos ao município
Gramado tem uma forte colonização italiana. A cultura do país é visível nas ruas da cidade. A gastronomia, a arquitetura e os costumes do município lembram a cidade europeia. Fortalecer os laços entre Brasil e Itália foi o objetivo da visita de representantes italianos à Secretaria de Turismo de Gramado na tarde desta segunda, 14, que demonstraram interesse em Gemelaggio, ou seja, tornar Gramado e D’Ampezzo (Veneto) cidades irmãs
Pueto Varas (Chile), Maldonado (Uruguai) e Óbidos (Portugal) já são cidades irmãs de Gramado, por terem costumes e culturas semelhantes as da cidade Serrana. O Secretário Gilberto Tomasini recepcionou Davide Spiggia, do município de Cortina D’Ampezzo, em Veneto, e Oscar de Bona, secretário de Estado da região de Veneto, junto com o diretor Marcius Bagolin Silva e Carina Scherer, da Revista Serra Gaúcha, que divulgam matérias da localidade italiana.“Esta aproximação se faz importante pelos laços culturais de Gramado. Sempre há troca de experiências e aquisição de novos conhecimentos. A tradição italiana é reconhecida em nossa cidade através de nossa gastronomia, artes, dança, entre tantos outros”, destacou Tomasini.
Conforme a secretaria de Turismo, esta foi uma primeira visita. O próximo passo será o envio, por parte italiana, de uma carta de intenções, indicando o interesse de D’Ampezzo em se tornar cidade irmã de Gramado.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
" O que foi o Gemellaggio"
Foi no fim dos anos 80 do século passado que se formaram as bases para o Gemellaggio entre Longarone e Urussanga.
Os contatos entre os dois países, interrompidos por muitos anos, foram retomados graças à determinação de algumas pessoas que se tornaram protagonistas e animadoras do acordo, e que contribuíram para a aproximação das duas comunidades. Entre eles recordamos, em especial, de Hedi Damian, que foi um dos fundadores da “Famiglia Bellunese” de Urussanga e que muito contribuiu para a realização do Gemellaggio e, em Longarone, de Marcello Mazzucco, promotor e fundador da associação local “Amici di Urussanga”.
Tais visitas e encontros fizeram com que Longarone conhecesse uma realidade até então ignorada e que se tornou, de repente, única e muito conhecida. Impressionamo-nos rapidamente com a peculiaridade do grupo que soube manter por mais de um século os costumes, a língua, os valores das próprias raízes, orgulhoso de suas origens e de sua história, a admiração e a devoção pelos antepassados – a grande maioria nativos de Longarone – que por meio de incríveis vicissitudes, grandes dificuldades e sacrifícios havia fundado, em 1878, e também feito progredir no sul do Brasil, esta cidade. Era necessário, sobretudo, que esta ligação às origens, que também se comemorava em manifestações grandes e populares, se manifestasse como afeto sincero e comovente para a Itália e os lugares de proveniência.
Eis então que o Gemellaggio surgiu como resultado natural desta aproximação e deste ‘igualamento’.
A ideia do Gemellaggio nasceu em Urussanga. Foi feito nesta cidade – era, então, prefeito Vanderlei Olivio Rosso – o qual o propôs à Prefeitura de Longarone (que possuía como prefeito Gioachino Bratti), em julho de 1989. Nossa Prefeitura acolheu a ideia com uma deliberação do Conselho Municipal, em dezembro do mesmo ano, para aprovar, depois, a instituição do verdadeiro e autêntico Gemellaggio, em dezembro de 1990.
O Gemellaggio se propunha a ‘intensificar as relações sociais, econômicas e culturais das duas comunidades a fim de promover uma verdadeira integração entre os cidadãos de Urussanga e Longarone, na sólida recuperação da consciência e do conhecimento das raízes sociais e culturais e dos valores às partes pertencentes: “Assim se declara no documento formal assinado em Longarone pelos dois prefeitos no dia 6 de outubro de 1991”.
Este dia – que estava preparado nas duas cidades com várias atividades – certamente ficou marcado na memória, seja para os longaronenses, seja para a delegação dos cidadãos de Urussanga, dos quais, além do prefeito Vanderlei Olívio Rosso e Hedi Damian, faziam parte, entre outros, Newton Bortolotto, assessor de cultura (outro grande artífice do Gemellaggio) e vários conselheiros municipais, prefeitos de cidades vizinhas. Nos sentíamos realmente unidos num clima de irmandade e ideiais em comum. Um dia de verdadeira festa que se expressou em vários momentos, todos significativos e comoventes, como a deposição da coroa no cemitério das vítimas do Vajont, a apresentação do livro do Pe Luigi Marzano “Coloni e missionari italiani nelle foreste del Brasile”, a nomeação em Urussanga de uma praça onde foi colocada uma lápide, doação da Prefeitura, com os nomes das famílias fundadoras da cidade gemelada. As manifestações culminaram na missa e na cerimônia oficial do Gemellaggio com a primeira assinatura dos relativos atos.
Naturalmente, o Gemellaggio não ficou parado. Depois de tantas comemorações no dia 26 de maio de 1992 em Urussanga, foram viabilizados e concluídos vários projetos, referindo-se aos jovens, às escolas, à cultura, à economia, à arte, os quais seriam tantos para aqui elencar, e que, em parte, continuam até o momento demonstrando que a relação entre as duas Prefeituras se mantém sempre viva e fecunda.
* Por Gioachino Bratti - Presidente Associacão Bellunesi nel Mondo, outrora Prefeito de Longarone
Os contatos entre os dois países, interrompidos por muitos anos, foram retomados graças à determinação de algumas pessoas que se tornaram protagonistas e animadoras do acordo, e que contribuíram para a aproximação das duas comunidades. Entre eles recordamos, em especial, de Hedi Damian, que foi um dos fundadores da “Famiglia Bellunese” de Urussanga e que muito contribuiu para a realização do Gemellaggio e, em Longarone, de Marcello Mazzucco, promotor e fundador da associação local “Amici di Urussanga”.
Tais visitas e encontros fizeram com que Longarone conhecesse uma realidade até então ignorada e que se tornou, de repente, única e muito conhecida. Impressionamo-nos rapidamente com a peculiaridade do grupo que soube manter por mais de um século os costumes, a língua, os valores das próprias raízes, orgulhoso de suas origens e de sua história, a admiração e a devoção pelos antepassados – a grande maioria nativos de Longarone – que por meio de incríveis vicissitudes, grandes dificuldades e sacrifícios havia fundado, em 1878, e também feito progredir no sul do Brasil, esta cidade. Era necessário, sobretudo, que esta ligação às origens, que também se comemorava em manifestações grandes e populares, se manifestasse como afeto sincero e comovente para a Itália e os lugares de proveniência.
Eis então que o Gemellaggio surgiu como resultado natural desta aproximação e deste ‘igualamento’.
A ideia do Gemellaggio nasceu em Urussanga. Foi feito nesta cidade – era, então, prefeito Vanderlei Olivio Rosso – o qual o propôs à Prefeitura de Longarone (que possuía como prefeito Gioachino Bratti), em julho de 1989. Nossa Prefeitura acolheu a ideia com uma deliberação do Conselho Municipal, em dezembro do mesmo ano, para aprovar, depois, a instituição do verdadeiro e autêntico Gemellaggio, em dezembro de 1990.
O Gemellaggio se propunha a ‘intensificar as relações sociais, econômicas e culturais das duas comunidades a fim de promover uma verdadeira integração entre os cidadãos de Urussanga e Longarone, na sólida recuperação da consciência e do conhecimento das raízes sociais e culturais e dos valores às partes pertencentes: “Assim se declara no documento formal assinado em Longarone pelos dois prefeitos no dia 6 de outubro de 1991”.
Este dia – que estava preparado nas duas cidades com várias atividades – certamente ficou marcado na memória, seja para os longaronenses, seja para a delegação dos cidadãos de Urussanga, dos quais, além do prefeito Vanderlei Olívio Rosso e Hedi Damian, faziam parte, entre outros, Newton Bortolotto, assessor de cultura (outro grande artífice do Gemellaggio) e vários conselheiros municipais, prefeitos de cidades vizinhas. Nos sentíamos realmente unidos num clima de irmandade e ideiais em comum. Um dia de verdadeira festa que se expressou em vários momentos, todos significativos e comoventes, como a deposição da coroa no cemitério das vítimas do Vajont, a apresentação do livro do Pe Luigi Marzano “Coloni e missionari italiani nelle foreste del Brasile”, a nomeação em Urussanga de uma praça onde foi colocada uma lápide, doação da Prefeitura, com os nomes das famílias fundadoras da cidade gemelada. As manifestações culminaram na missa e na cerimônia oficial do Gemellaggio com a primeira assinatura dos relativos atos.
Naturalmente, o Gemellaggio não ficou parado. Depois de tantas comemorações no dia 26 de maio de 1992 em Urussanga, foram viabilizados e concluídos vários projetos, referindo-se aos jovens, às escolas, à cultura, à economia, à arte, os quais seriam tantos para aqui elencar, e que, em parte, continuam até o momento demonstrando que a relação entre as duas Prefeituras se mantém sempre viva e fecunda.
* Por Gioachino Bratti - Presidente Associacão Bellunesi nel Mondo, outrora Prefeito de Longarone
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